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O Espírita "brinca" Carnaval?

Caros amigos,
O título dessa matéria é muito polêmico, não? Sabendo disso, lanço aqui uma enquete a fim de que possamos colher opiniões diversas sobre o tema. Já imagino a confusão...
Minha opinião?  Terei que segmentar a resposta nas diversas fases de minha vida:
Infância: até os 12 anos, nos não sabemos direito que raio de religião somos seguidores. Se nossos pais professam determinada filosofia religiosa, lá estamos. Quando eu estava nessa fase já não tinha muito gosto para essa festa. Preferia o futebol, praia. Meus pais? Também não eram chegados. No máximo, um baile no clube e olhe lá. Carnaval mesmo era na televisão.
Adolescência: 13 a 18 anos, hormônios em larga produção, conceitos da vida e do mundo visto por outro prisma, responsabilidade moderada, namoros. Carnaval? Para um jovem nessa fase “é tudo”. Época de se esbaldar, de ganhar a rua, de curtir, experimentar, responsabilidade nenhuma. Nessa fase eu sofri muito, porque passei a ver uma coisa que os demais da minha idade não viam: a miséria social, a quantidade de dinheiro injetado numa festa profana e violenta, a apelação sexual das músicas, cenas de luxúria e promiscuidade. Religião: nenhuma, ou pelo menos, um católico inconformado. O que fazia? Quando podia, viajava pra longe da festa. Fui até para um retiro espiritual! Quando ficava na cidade: praia, futebol violão, etc.
Adulto: 19 a 26 anos: Em alguns anos, devido ao tipo de trabalho que exercia, cheguei até ficar em cima de um Trio Elétrico. Porém, era um bloco político, que adentrava o circuito do carnaval para aproveitar a massa popular e tentar levar um pouco de consciência social ao povo. Lá, pude presenciar a quantidade de pessoas que subsistem desse período momesco, onde o recurso ganho serve para amenizar a fome; não a fome orgânica, mas a fome da inclusão social. Lá, na folia, percebi o quanto o pobre pode se divertir. Testemunhei também, homens e mulheres de bem, ganhando o salário de um mês em poucos dias. Vi famílias inteiras curtindo uma festa de extensão mundial, sem vergonha de ser feliz, apenas curtindo a energia da festa. Essa energia, produzida pela massa de pessoas que participam desse momento, varia muito de lugar a lugar. Nessa época, religião para mim era o ópio do povo. Contudo, já sentia as vibrações de uma filosofia de vida que me remetia à clareza das idéias e a certeza de que as coisas acontecem a seu tempo e para tudo tem um fim. O carnaval não deixou de ser o mesmo para mim: um asco, um descalabro, uma nojeira. Mas, esse momento que passei mais próximo “dele”, pude perceber uma “mão invisível” conduzindo pessoas para o bem, para ações positivas, para gestos de caridade, em pleno “reino de Momo”.
Adulto Maduro: 27 anos até o momento atual: antes de chegar a minha consciência espírita atual (o que, aliás, sou mero aprendiz), eu passei pela fase do casamento e filhos (tenho dois, um casal), nessa fase eu precisava dividir com meu cônjuge, coisas de que ela gostava, uma delas: o Carnaval. Podem rir. Como foi complicado administrar isso sem magoar a pessoa que você ama. E os filhos então? Leva no baile infantil, vamos ver o trio aqui, o trio acolá... Acho que com o tempo eles foram se acostumando comigo e já não gostam tanto assim dessa festa. Também a violência é demais e qualquer mãe ou pai com um pouco de juízo, não vai com seus filhos a uma festa dessas. Hoje continuo não aceitando o carnaval. Continuo a pensar que o volume de dinheiro empregado poderia servir à milhares de pessoas necessitadas no mundo. Considero desonesto o político que se locupleta do nosso imposto para injetar dinheiro público nessa folia escorchante... mas também, não acho errado que as pessoas vão se divertir, que vão trabalhar, aprendi a ser mais tolerante, mas racional, perceber que o meu papel nesse momento, como Espírita, é manter-me em oração, engrossando assim a fileira de espíritos da seara de Jesus que estão prontos para socorrer a qualquer um, seja um folião, seja um marginal.
Nós espíritas precisamos ser mais tolerantes. Não julgar. Não expressar soberba. Não se indignar. Ao contrário, deveremos aproveitar a oportunidade para ajudar, cooperar, ser voluntário nessa festa universal. Vamos doar sangue, vamos aos hospitais, vamos vibrar positivamente para que possamos ajudar o máximo de espíritos que pudermos alcançar com nossas preces.
Vamos nos divertir também. Aproveitar a folga, passear, ouvir uma boa música, ler um bom livro, namorar, curtir a família... tanta coisa boa.
Que oportunidade é o Carnaval.
Eu adoro o Carnaval!

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